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Por fora das redes sociais

Até tentei abrir meu Twitter pra verificar quando foi a última vez que passei por lá, mas descobri que os perfis não são mais públicos. Esse é meu estado atual em relação àquela rede: só hoje descobri essa restrição. Após cultivar um perfil por mais de uma década (talvez uma década e meia?), ser um usuário assíduo e, hoje reflito, até compulsivo, com mais de cento e tantos mil tweets, não ando mais por lá há muitos meses.

Tudo começou com a percepção de que aquela rede havia se tornado um vício para mim, que pouco ou nada de bom trazia. Tanta discussão no fundo fútil, memes, histórias em que você investe uma energia considerável, te prende em uma turba de sinais de ação-reação com outros milhares de perfis, e que no fim não fazem sentido ou nem deveriam atrair tanta atenção assim.

Lembro que quando já havia saído houve uma polêmica envolvendo um influencer que adotara uma capivara. Soube pelo jornal e roguei aos céus ser um completo ignorante sobre aquilo.

Sério, que história sem pé nem cabeça e que nosso código legal já aponta como crime. Mas não para as redes sociais – todo mundo com uma opinião prontinha para compartilhar, soterrada pelas opiniões de tantos outros, julgamentos, malfazejos, distorções, explicações… e quanta energia foi empreendida nisso, em opinar sobre um influencer que adotara uma capivara.

(E vejam só, cá estou eu também disperdiçando energia nisso e fazendo vocês que estão lendo esse texto também disperdiçarem a de vocês 🙁 )

Isso foi o que me afastou do Twitter e das redes sociais em geral. Depois veio o Elon Musk e a rede foi ainda mais ladeira abaixo.

O problema é que “comunicar é um vício”, e volta e meia me pego pensando se não seria bom entrar em alguma rede social de texto e voltar a “compartilhar meus bestamentos”.

Mas a preguiça é grande com essas redes que poderiam substituir o Twitter, tipo o Mastodon ou o BlueSky. Outro dia escrevo sobre elas.

Pode soar meio contraditório, mas mantenho um canal no Telegram onde basicamente compartilho links, o monolipe. Acho que é porque o formato de canais do Telegram é o que hoje melhor funciona para mim – um microblog real, clássico, que é diferente de uma rede social. Por lá não há um feed que agrupe os posts de todos os canais que você segue – se você quiser ver o que o canal fulano compartilhou, você precisa visitar o canal fulano. Se você segue 100 canais, precisa visitar cada um separadamente para consumir o que eles estão compartilhando.

Evidentemente que há valor na existência de um feed, mas também há quando ele não existe. A navegação fica mais devagar, não existe aquele sentimento de urgência típico de redes como o Twitter, você pode se demorar na timeline de determinado canal para entender o que ele está transmitindo. Enfim, parece mais slow web, tem um pouco mais de cara de blog e um pouco menos de redes sociais.

Mas me chateia ele estar em uma rede privativa. Até pensei em configurar um WordPress só para replicar o conteúdo de lá – com uma caixinha de comentários para quem quiser mandar algo, feed RSS para quem quiser acompanhar… daria até pra publicá-lo na própria rede do Mastodon utilizando o plugin do ActivityPub para WordPress.

Mas a pergunta – teria “público”?

2 comentários em “Por fora das redes sociais”

  1. Boa noite! (Olha eu aqui lendo este post nesta hora kkkkk)

    Também não curto muito a ideia de usar o telegram como um mini Twitter. É extremamente fechado mesmo. Eu mesmo não tenho telegram.

    Não costumo comentar em postagens. Mas quando li e cheguei no final do seu post pensei “uai, ele quer uma rede banal, pra publicar opniões e frases curtas” isso?

    Se for isso, eu iria de Mastodon mesmo. Seria muito trabalho fazer um WordPress (nunca consegui usar) e integrar com o protocolo do Mastodon.

    Mas pra que uma rede assim? Não é melhor um blog como o seu aqui? Onde vc pode postar algo mais elaborado ou até mais cru? Mas na web, que é uma rede aberta.

    Ou então uma coisa mais privada, uma espécie de “melhores amigos” do Instagram onde vc pode postar algo mais descompromissado já que são pessoas mais próximas a você que estarão lá.

    Sei lá. Lancei umas ideias ao vento assim como o seu texto.

    1. Fala @Bigode!

      Integrar o WordPress com o protocolo do Mastodon não seria tão difícil, tem o plugin e subir uma instância do WordPress no meu sistema é apenas um clique.

      Pensei nisso porque queria disponibilizar esse conteúdo mais rápido para os amigos que estão naquela rede mas sem criar um perfil lá… o motivo é que redes sociais já me cansaram. É tanto não assunto rendendo nesses lugares… como falei acima, é uma energia que você emprega em algo que no geral nem tem relevância.

      Mas por enquanto, seja para qual solução for, a preguiça está vencendo. 🙂

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