No rascunho do post anterior sobre os documentos digitais no Brasil acabei escrevendo bastante sobre o papel do SERPRO nesse processo – tanto que decidi separá-lo em um post próprio.
Com o lançamento do e-Título foi necessário para o TSE criar uma maneira de validar o documento digital para evitar fraudes. A tecnologia adotada foi o QR Code, que pode ser validado por outro celular também rodando o e-Título.
Tecnologia foi adotado com a Carteira Digital de Trânsito. O SERPRO, produtor do aplicativo, já tinha experiência pois fora o responsável por colocar QR Code na carteira de motorista convencional, impressa, a partir do projeto desenvolvido pela empresa chamado Lince.
Para a versão digital da carteira de motorista o SERPRO apenas aplicou esse projeto, agora renomeado como Vio, que serve tanto identificar essa tecnologia quanto é um aplicativo utilizado para a validação dos documentos. Outro diferencial em relação ao projeto anterior é que o SERPRO trabalha com um modelo de negócios onde ela vende a tecnologia a partir da geração de QR Codes para empresas em geral, não necessariamente públicas.
A partir de então, com o avanço do processo de criação de outros documentos digitais e a necessidade de validá-los, a tecnologia do SERPRO passou a ser utilizada em diferentes projetos. Por exemplo, a validação da carteira funcional dos servidores públicos federais é feita através do Vio, além do documento digital de documentação de carros e da placa veicular do Mercosul.
Projetos ainda em fase de implementação como a ID Estudantil e o Documento Nacional de Identificação também serão desenvolvidos pelo SERPRO e utilizarão o Vio.
Com a experiência acumulada não é estranho que o SERPRO possa avançar sobre a validação de mais documentos digitais, incluindo talvez o próprio e-Título. Inclusive agora, com o temeroso decreto da base de dados unificadas sobre os cidadãos, não resta dúvidas de que a empresa terá um papel a desempenhar nesse cenário.
Ter uma solução unificada de validação de documentos desenvolvida por uma empresa pública como o SERPRO é algo interessante, reduz burocracias, evita retrabalho, e torna o governo mais ágil. O problema é que a empresa é uma das cotadas no projeto de privatizações do governo federal.
Colocaríamos a validação de talvez todos os nossos documentos oficiais em uma empresa privada? Bem, não é de se admirar para quem quer privatizar até a Casa da Moeda.
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