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Homenagem ao Dia do Quadrinho Nacional – Viagens

Respondendo ao convite da Malú, segue o segundo post da série de três em comemoração ao Dia do Quadrinho Nacional (foi dia 30 de Janeiro). Dessa vez escolhi o tema “viagens” ou experimentações narrativas. =)

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O primeiro é Cachalote, que conta simultaneamente 6 histórias que não tem relação aparente entre si. As narrativas são bastante cruas e pesadas, quebrado vez ou outra por um momento fantasioso relacionado à baleia. Não há desfecho para as histórias, pois o interesse é contar o cotidiano daquelas personagens – aparentemente bizarros no quadrinho, mas basta olhar ao redor ou se deter um pouco mais sobre alguém para encontrarmos semelhanças por aí. Todos temos nossos segredos, fantasias, desejos e frustrações, afinal.

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O segundo é a capa do volume dois de Promessas de Amor a Desconhecidos Enquanto Espero o Fim do Mundo, intitulado Underground. Os três volumes contam a história de um grupo radical de ativistas que inicia uma manifestação que termina em uma revolta épica. Achei que a narrativa poderia ter sido mais desenvolvida, mas a revista continua interessante principalmente se você enxergá-la como uma experimentação narrativa. Por exemplo, os três volumes tem formatos e design gráfico completamente diferentes, se relacionando com a fase da história que contam. Esse volume dois é distribuído em forma de envelope lacrado, e as páginas são cartões com imagens de um lado e frases do outro. Há uma ordem para lê-las mas você pode alterá-las e criar novas narrativas a partir da sequência dos cartões. A obra está disponível na internet inclusive.

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O terceiro desenho é Daytripper e isso pode gerar uma certa polêmica porque a obra foi editada nos EUA pela DC/Vertigo. Mas pô, a revista foi criada por brasileiros e a história tem muito de Brasil, tanto na técnica narrativa quando na ambientação. Vamos usar uma licença poética e tratá-la como artisticamente brasileira. =) A história de um cara que morre em diversos momentos chave da sua vida é contada de forma tenra e magistral nessa obra. A narrativa coloca em seu devido lugar aquela frase sempre falada por aí “você hoje não é a mesma pessoa de ontem”. Ok cara, certamente mudei minha vida entre o momento que entrei e saí do banheiro. O lance aqui são aqueles momentos de força, sem volta, que ressignificam você e que poderia sim ser pensado como uma morte, que acho foi o que os autores fizeram. O primeiro beijo, o primeiro amor que se vai, o bom amigo que segue uma outra estrada, o sucesso… Daytripper dialoga com uma história universal que é de todos nós, ainda que de âmbito muito particular, com muita sensibilidade. Das melhores coisas que li.

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